Quando é a hora de se começar a formar um consumidor? Muitos vão dizer que não há idade para o início e nem se pode dizer a data limite. Mas estão por que não começar a formar consumidores no útero?
Pesquisas mostram que o feto, á partir de quarto mês de gestação, já possui vários sentidos desenvolvidos, inclusive a audição. Mas nem sempre soubesse disso, no século passado, por exemplo, acreditava-se que o útero era uma cápsula acústica isolada do mundo.
Nos anos 70, obstetras colocaram microfones no interior do corpo de gestantes, e concluíram que os sons chegavam sim até o útero, mas que o som mais forte era o da voz da mãe, que era capaz de abafar qualquer ruído externo, a não ser que o volume estivesse muito alto. Atualmente sabe-se que o bebê fica muito mais exposto aos sons que vê de fora, do que se imaginava.
Na década passada, acreditava-se que os bebês de proveta eram mais inteligentes que os bebês normais, mas depois foi descoberto que a diferença entre os dois eram a quantidade de estímulos que um ou outro recebiam.
Quando o bebê chega aos seis meses de gestação, ele já possui boa parte dos sentidos de um adulto. O sistema auditivo está completo, ele já percebe diferenças de claridade, tem tato no corpo inteiro, além de paladar e olfato. Por isso, alguns acontecimentos podem ser traumáticos para o bebê nesta fase, e ficarem em sua memória inconsciente.
Nesta fase, se a mãe comer algo que não lhe agrada, como algo azedo, o líquido amniótico fica azedo, e a fisionomia do bebê é clara de quem não gostou, e isso pode ser visto claramente em exames de ultrassonografia modernos.
Todo esse conhecimento sobre a vida intrauterina pode auxiliar profissionais do marketing a começarem a criar consumidores no útero. Muito futurista para você? Mas acredita-se que depois de passarmos por tanta modernidade em tão pouco tempo, nada mais assusta.
Daqui a alguns anos poderemos testar um novo sabor de iogurte, oferendo à gravidas, e observando as expressões do bebê ao sabor, por super aparelhos de ultrassonografia.
Não é possível prever se isso ocorrerá no futuro efetivamente, mas sabemos que o gosto de música ou pela leitura pode sim ser formado ainda da gestação.
A pedagoga Milena Marques de Mello Denardi, durante sua gestação de gêmeos, fez o experimento de ler vários livros para seus filhos, e colocar músicas. Ao nascerem era fato que eles respondiam ficando alegres com determinadas músicas. E hoje com quatro anos os gêmeos, especialmente a menina, adoram ler, desenhar e curtir música. Milena acredita que o incentivo dado aos filhos ainda na barriga possa ter contribuído para esse lado artístico das crianças.
A Professora Doutora em Literatura Infantil Cleide Papes realizou um trabalho sobre a formação de leitores no ventre. O trabalho foi realizado com gestantes com quarto meses de gestação, e era feito da mãe para o bebê, onde a mãe era incentivada a intensificar a linha afetiva com o bebê, o que ocorre naturalmente, mas é decisiva para promover as conexões neuronais e estabelecer o gosto pela leitura no futuro leitor. Concluiu-se que esse gosto pela leitura independe e antecipa-se ao fato de o indivíduo ser leitor da palavra, porque a leitura de mundo é anterior à leitura da palavra e inicia-se na vida intrauterina.
Sabe-se que o bebê responde a estímulos ainda no ventre de sua mãe, e que o período de gestação deve ser muito aproveitado, para que laços afetivos entre a família e o bebê venham a se desenvolver e a se firmarem, mas afirmar que se pode começar a formar consumidores no útero, isso não se pode, pois nada garante que aquele estilo de livro que a mãe leu durante a sua gestão será realmente, aquele que quando criança, adolescente ou adulto ele irá consumir, ou aquela música que a mãe ouviu com ele, será uma música que o irá agradar no futuro.
Afirmar não se pode, mas pesquisas podem ser feitas, e se comprovarem que é possível, um novo nicho de mercado será formado, o intrauterino.
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